terça-feira, 23 de julho de 2013

A expulsão que criou uma regra

Há 47 anos, na Copa do Mundo de 1966, a exclusão do capitão da Argentina de campo fez a Fifa instituir os cartões amarelo e vermelho
  
O juíz Rudolf Kreitlein expulsa o capitão argentino Antonio Rattin  (Foto: Getty Images)
Há 47 anos, na Copa do Mundo de 1966, a exclusão do capitão da Argentina de campo fez a Fifa instituir os cartões amarelo e vermelho
Vinte e três de julho de 1966, Estádio de Wembley, Londres, quartas-de-final da Copa do Mundo da Inglaterra. Há 10 minutos do fim do primeiro tempo, ingleses e argentinos empavam sem gols quando foi marcada uma falta do zagueiro Perfumo sobre o atacante Bobby Charlton, na entrada da área. Perfumo contestou a marcação e Rattín entrou em cena, apontando para a sua braçadeira de capitão e fazendo sinais ao juiz alemão Rudolf Kreitlein. Queria argumentar sobre o lance, mas não adiantava falar, porque o juiz não entendia espanhol. Kreitlen não quis saber dos insistentes pedidos e, com o indicador, mandou Rattín para fora do campo. Atônito, o argentino pediu um tradutor, mas o alemão já tinha decidido que ele estava expulso.

Depois daquele 23 de julho, há 47 anos, a Fifa percebeu que deveria inventar algo não-verbal para que os juízes pudessem advertir os jogadores. Foi o árbitro inglês Ken Aston, chefe dos juízes do Mundial, quem teve a ideia, ao parar em um semáforo, um dia depois do jogo, de que o uso de cartões em amarelo e vermelho seriam a solução, e eles foram instituídos a partir da Copa de 1970.


  http://www.youtube.com/watch?v=1QVUKwpGwno&feature=player_embedded


Apesar da polêmica com Rattín, Aston pensou nos cartões no caminho do percurso para a concentração inglesa, onde foi atender a uma consulta do jogador inglês Jack Charlton sobre o mesmo jogo. O zagueiro inglês estava em dúvida se também tinha sido advertido pelo confuso Kreitlen, e solicitou que Aston checasse a súmula do controverso jogo.


Ainda a propósito de Rattín, sua saída de campo rendeu duas cenas antológicas: primeiro o número 10 sentou desorientado na primeira cadeira que viu. Era uma bela peça estofada e vermelha, na verdade destinada para a Rainha, que não tinha ido ao jogo. Quando o argentino levantou e seguiu para o vestiário, torcedores ingleses lhe atiraram objetos. Ele retribuiu com gestos obscenos e depois torceu a bandeirinha inglesa do escanteio. Foi o suficiente para os tabloides locais estamparem manchetes em que chamavam os argentinos de animais.

Fonte: globo.com

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